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Sustentabilidade na indústria alimentícia

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Acredito que todos já ouviram ou leram sobre o termo sustentabilidade em algum momento de sua vida, seja na área profissional ou pessoal. Apenas por curiosidade, vocês sabiam que esse termo surgiu na década de 70 durante uma conferência da Organização das Nações Unidas – ONU?

E, desde então, muito tem-se feito para tornar realidade esse conceito, ou seja, suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas necessidades. Mas será que é possível aplicar esse conceito na indústria de alimentos? Sim, com certeza!!! 

A indústria alimentícia é muito vasta, além da indústria propriamente dita envolve produtores rurais, distribuidores e comércio, pensando em todos esses atores envolvidos pode-se imaginar o quanto a busca da sustentabilidade é extremamente importante neste setor.

Talvez algumas pessoas tenham mais dificuldade de perceber as ações e áreas que se pode atuar para colocar em prática a sustentabilidade, sendo a mais clássica com certeza, a gestão de resíduos. Mas não se pode focar somente nos resíduos gerados pela empresa, mas também nos resíduos que ela “indiretamente” inserirá no meio ambiente por meio das embalagens. Por isso a importância de implantar a logística reversa e a economia circular.

Seria necessário destacar que apesar de algumas pessoas considerarem esses dois termos como sinônimos eles não são. A logística reversa também conhecida como logística inversa, tem como foco o retorno de materiais já utilizados para o processo produtivo, visando o reaproveitamento ou descarte adequado. Já a economia circular, preconiza o desenvolvimento econômico a partir do melhor uso de recursos naturais, por meio de novos modelos de negócios e da otimização nos processos de fabricação com menor dependência de matéria-prima virgem, priorizando insumos mais duráveis, recicláveis e renováveis.

Ainda sobre a seara das embalagens existe a preocupação com a matéria-prima que será utilizada, podendo ser biodegradável, reciclada, reciclável ou se causou grande impacto ambiental desde a sua extração, produção e transporte. E quanto ao produto em si, como é a sua produção? Causa danos ao meio ambiente? A matéria-prima pode causar limitação de algum recurso natural ou ainda faz uso de que tipo de mão de obra para sua extração?

Pensando em todas essas questões nota-se um grande avanço, como por exemplo a embalagem produzida a partir do bagaço da cana de açúcar realizado pelos profissionais da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP de Pirassununga.

Ainda sobre a sustentabilidade é importante estarmos atentos a emissão de gases de efeito estufa – GEE e com o desperdício de água que envolve todo o ciclo de vida do produto. 

Esses são alguns dos olhares que precisamos estar atentos e, para gerir todos esses temas é importante que a empresa tenha metas e definição de indicadores. Algumas empresas optam por implantar sistemas auditáveis como o sistema ISO 14001 ou voluntários como o ESG que é um conjunto de princípios que permeia as questões de ordem social, ambiental e governança. Ou até mesmo ser signatárias de ações mundiais como a Objetivos do Desenvolvimento – ODS.

Não importa qual a metodologia utilizada, mas a ação tomada e a busca por um mundo melhor, por empresas e cidadãos mais conscientes.

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Priscila Bolcchi  (@eng.priscilabolcchi)

Pós-graduada em Engenheira de Segurança do Trabalho (UNICSUL/2019), Graduada Engenheira Ambiental e Sanitarista (UMESP/2017), e Ciências Econômicas (USCS/1997), MBA em Gerenciamento de Projetos (FGV/2011), Mestre em Tecnologia Ambiental (IPT/2005), especialização em Sistemas de Gestão Integrada (UNICAMP/2002), Gestão Ambiental (USP/2000), e em Educação Ambiental (USP/1999). Atuando como perita e consultora ambiental, experiência de mais de 20 anos na área ambiental com ênfase em gerenciamento de resíduos, educação ambiental, sistema de gestão ambiental e licenciamento ambiental. Professora universitária e autora do livro Geração de Energia Elétrica a partir da queima do resíduo domiciliar.


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