P&D e suas interfaces no lançamento de produtos para a linha fast food/ food service em escala – Por Danieli Azevedo
Postado em 15/09/2020
Quando passamos pela praça de alimentação de algum shopping sempre ficamos de olho se há alguma novidade para experimentarmos, ou vemos uma marca nova de restaurante que nos atraia atenção, não é?
Mas qual o papel do P&D para que esse produto chegue até os consumidores de uma maneira surpreendente e que tenha sempre o mesmo padrão de apresentação, entrega, sabor e experiência em todos os lugares do Brasil ou até no mundo?
É aí que começa todo um planejamento desde a ideia de lançar um novo produto que pode surgir do CEO da Empresa, da equipe de P&D, da área do MKT ou até mesmo de um Innovation day promovido em parceria com os fornecedores. Uma vez definido qual será o produto, forma – se uma equipe multidisciplinar da empresa envolvendo (P&D, Qualidade, Treinamento, Operações, Supply, BI e MKT) que terão um papel fundamental para aquele produto seja um sucesso, concebido de forma organizada, dentro do prazo estipulado que cada área tem de ação e responsabilidade para o lançamento do produto.
Falando de P&D, onde tudo começa é de nossa responsabilidade enviar um briefing para os fornecedores que farão o desenvolvimento em fábrica, muitas vezes dependendo do produto, demora -se um tempo longo de no mínimo 6 meses, quando tratamos de proteínas devido os registros do SIF e atendimento das legislações vigentes. Muitas vezes temos que seguir uma especificação técnica, por exemplo, esse produto já existe em outro país e queremos trazer para o Brasil, dessa forma o fornecedor precisa buscar fornecedores de matérias primas equivalentes para que o padrão seja o mesmo.
Briefing entendido, protótipos de amostras geradas, P&D testa, testa, testa e retesta os produtos e aplicação, estressa na operação para que possíveis erros apareçam nessa etapa, normalmente, sempre precisa de ajuste: ou de sabor, textura, apresentação, dificuldade de manuseio operacional, ou não atende a expectativa do propósito concebido.
Uma vez ajustado o produto, seguimos para os cálculos de custos, que chamamos de CMV (custo de mercadoria vendida), onde analisamos o custo desse produto para venda do cliente junto com a equipe de MKT, assim avaliamos a viabilidade desse lançamento.
Uma vez definido o produto e os possíveis fornecedores, a equipe de Qualidade começa uma avaliação dos padrões de Food Safety, ou seja, o fornecedor está apto dentro dos padrões de qualidade e critérios internos exigidos pela Empresa? Caso não esteja é necessário fazer as adequações para que o produto e o processo estejam seguros.
A área de Treinamento tem um papel importante quando recebe as informações de P&D e juntos transformam a linguagem técnica em procedimento operacional, tempos e movimentos e velocidade para que o produto concebido tenha padrão em todas as unidades sempre. Treinamento treina operações.
Já a área de Operações é responsável por fazer acontecer, ou seja, o produto que será lançado deverá seguir todos os procedimentos, desde o pedido do produto no fornecedor, recebimento, armazenamento, preparo, tamanho das porções, boas práticas de manipulação e normas de segurança de qualidade até a entrega do cliente, seja in loco no restaurante ou no delivery, é área que traz a rentabilidade todos os dias do sucesso daquele novo produto.
A interface com área de Supply é muito ampla, pois ele é a ponte entre fornecedor, desde a negociação dos preços no início do desenvolvimento, o bom relacionamento da parceria até a entrega nos restaurantes, na maioria das vezes intermedia junto ao operador logístico para que não haja rupturas.
A equipe de MKT é responsável por desenhar toda estratégia corporativa da campanha, desde foto do produto, onde P&D acompanha para que seja o mais real possível e os números de venda junto com a equipe de BI (Business intelligence), que indicarão a Supply a estimativa de compra de matéria prima e quanto Operações deverá vender em unidades de produto acabado, desta forma gerando os ganhos esperado desse lançamento para Empresa.
Mas não podemos esquecer o principal, que é o cliente, ele que faz todo o sentido para que todo esse projeto aconteça e seja um sucesso de recompra e fidelização, então precisamos estar abertos e ouvir o que ele busca, muitas vezes antes do lançamento, fazemos testes com o consumidores e analisamos ou podemos melhorar dentro do foi desenhado na concepção do produto. Cliente satisfeito é a comprovação que foi o melhor lançamento e que todas as áreas cumpriram bem seu papel.
Referências:
Disponível em: <https://srainovadeira.com.br/> Acesso em: 11 set. 2020
Danieli Azevedo
Engenheira de Alimentos
Gestão de Inovação
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